quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Qual a diferença?


Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.
Veronica Shoffstall





Nunca deixe que as tristezas do passado e as incertezas do futuro estraguem as alegrias do presente.
desconhecido
As pessoas efusivas causa-me total desagrado e suas mesmices causa-me nojo.
João Victor Da Silva


Salve Rainha!!

Maria foste tu a escolhida
      Por teu encanto e humildade.
Aceitaste ser mãe na virgindade
     Com confiança e fé no santificador.

                           Virgem Santa e Imaculada Conceição
                Eis para nós modelo de mãe e veneração.
                             Renunciastes a tudo pelo Pai celestial
foste sacrário vivo de Jesus o Redentor.

Veneramos teu nome e tua imagem
      Com respeito e gratidão,
Eis nossa força nós te louvamos
      Maria da Divina Graça,auxílio dos cristão.

Rainha concebida sem pecado
                            Mãe amada  sois por nós venerada
                  Eis a porta da esperança
                            Concedei-nos amor pleno  e confiança.

Valdenice,13/05/2009

 

Texto - "O Amor de Tumitinha" - Mário Prata

Você também deve ter alguma palavra que aprendeu na infância, que tinha um certo significado e aquilo ficou impregnado na sua cabeça para sempre. Só anos depois veio a descobrir que a palavra não era bem aquela e nem significava aquilo. E, assim, existem várias palavras. Por exemplo:

Mário Prata
Pé de Cachimbo - A frase "hoje é domingo, pé de cachimbo". Na verdade, não é pé de cachimbo, mas sim pede (do verbo pedir) cachimbo. Ou seja, pede paz, tranquilidade, moleza.. E a gente sempre a imaginar um pé de cachimbo no quintal, todo florido, com cachimbos pendurados, soltando fumaça.
Nabucodonosor - Eu sempre achei que o babilônico Nabuco fosse um país chamado Nosor. Era Nabuco do Nosor. Achava que devia ser na África, perto do Quênia, por ali. Hoje já sei que Nabuco é um bar na Villaboim.
Álibi - Quando eu era garoto, tarado por filmes de bandido e mocinho, sempre achei que Álibi era o amigo do Mocinho. Claro, o Mocinho sempre tinha um Álibi e o bandido não. O Álibi, nos filmes geralmente, era um velhinho. Mas resolvia.
Atalibálago - Esta é do escritor Fernando Moraes. Quando era garoto, em Minas, viu um nome escrito com cal numa enorme parede de pedra: Atalibálogo. Adorou o nome, chegou até a comentar com o pai e nunca se esqueceu da esquisitice. Era pequeno, achava quer era um palavrão. Xingava as pessoas: seu atalibálago! Filho de uma atalibálaga! Só anos depois mais tarde, veio a descobrir que, na verdade, era um candidato a deputado que um dia acabou se elegendo e se chamava, na verdade, Ataliba Lago.
Margarida - Esta está até em uma peça. A personagem pensava: Do que a terra... Margarida...
Sulfechando - Meu primo, um dia perguntou ao pai dele o que significava o verbo Sulfechar. O pai alegou que esse verbo não existia e teve que provar com dicionário e tudo. Como o garoto insistia em conjugar o verbo, o pai perguntou onde ele tinha ouvido tal disparate. E ele disse e cantorolou aquela música do Tom Jobim: são as águas de mar sulfechando o verão...
Ventre Jesus - Aprendi a rezar Ave-Maria ainda analfabeto, com três ou quatro anos. E sempre achei que Ventre era o primeiro nome do Homem, quando dizia do nosso Ventre Jesus. Aliás, achava um belo nome para Deus: Ventre Jesus!
Tumitinha - Todo mundo conhece a música Ciranda-Cirandinha. A Adriana, uma amiga, me confessou que durante anos e anos, entendia um verso completamente diferente. Quando a letra fala o amor que tu me tinha era pouco e se acabou, ela achava que era o amor de Tumitinha era pouco e se acabou. Tumitinha era um menino, coitado. Ficava com dó do Tumitinha toda cez que cantava a música, porque o amor dele tinha se acabado. E mais, achava que Tumitinha era um japonesinho. Devia se chamar, na verdade, Tumita. Quando ela descobriu que o Tumitinha não existia, sofreu muito. Faz análise até hoje.

(Mário Prata, crônica para o jornal “O Estado de São Paulo”)

NÃO DEIXE O AMOR PASSAR


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.
Carlos Drummond de Andrade


Nem mesmo a soma de todas as minhas dúvidas e incertezas é maior que a viva esperança que eu tenho em Ti.
Sejamos menos amáveis, menos efusivas, mais frias, mais distantes e, sobretudo, vivamos sem esperar por eles.

Vida


Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" para ser insignificante.

Convicção é algo construído com tijolos sólidos de querer. Se o cimento for composto de incertezas ou excesso de fraquezas, ventos de longe derrubam sem piedade.

Auto Estima


Se um dia alguém fizer com que
se quebre a visão bonita que você
tem de si, com muita paciência
e amor reconstrua-a.
Assim como o artesão recupera a sua
peça mais valiosa que caiu no chão,
sem duvidar de que aquela é
a tarefa mais importante.
Você é a sua criação mais valiosa.
Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro,
para bem dentro de você e faça
dali o seu lugar de descanso,
conforto e recomposição.
Crie este universo agradável para si.
O mundo agradecerá o seu trabalho.
CharlesPeatch

O beijo é a realização de um desejo, te faz voar, sentir-se amado; desfaz as incertezas; abrasa o coração e desfaz pelo menos naquele momento a lembrança de outros amores.

Geração Bonecos

 


Somos a geração dos cartões de crédito,
dos aparelhos celulares, da alta tecnologia e da internet.
Somos a geração do "conhecimento" diplomado,
do clique, copie e cole.
A geração do trânsito, dos fast-foods, do meio ambiente
e do ecologicamente correto.
A geração do umbigo, do desacerbado auto-engano.
Questionamos pouco, pensamos pouco, sabemos pouco,
mas falamos muito e queremos tudo pra ontem
ou no máximo pra agora.
Somos a geração das mentes cauterizadas,
que finalmente descobriu a tão esperada tolerância,
que por sua vez é irresponsável, resultando na já
desavergonhada impunidade.
Um viva ao século XX - mais conhecido como Negro
por ter sido Vermelho. Outro ao século ao XXI
que por peso e medida - queira Deus - seja lembrado como
o século da Consciência. E por terceiro e último um
Viva a Todos nós! Afinal de contas evoluímos muito se comparado
aos homens das cavernas, não é? !

Nossas incertezas são infiéis e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos obter, simplesmente por medo de arriscar. Mas isso só demonstra o quão pouco se sabe da vida quando se é garoto.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

De que são feitos os dias?

De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.

Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.

De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.

Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...

Cecília Meireles
Inesperado não é o desconhecido, mas o rompante das incertezas que não deveriam ter tanto poder em nossa mente.
Stuka Angyali

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Soneto 35 ~



Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.


William Shakespeare

VIDA:BELEZA SEM FIM !
Faz parte da vida as surpresas,
Faz parte da vida as incertezas,
Faz parte da vida as decepções,
Faz parte da vida o sofrimento,
Faz parte da vida concientizar-se da vida...
Faz parte da vida as decisões,
Faz parte da vida usar de boas intenções,
Faz parte da vida a perseverança...
Faz parte da vida a bonança...
Faz parte da vida as discordâncias...
Faz parte da vida o respeito ao outro.
Faz parte da vida procurar melhorar-se,
Faz parte da vida doar-se,
Faz parte da vida ser autêntico,
Faz parte da vida sentir a vida do outro,
Faz parte da vida sentir o outro na sua vida,
Faz parte da vida, a vida do outro sair da tua vida...
Faz parte da vida entristecer-se...
Só não faz parte da vida sentir tua vida sem vida, quando tua vida é uma parte da VIDA que forma esta BELEZA SEM FIM!

Eu aprendi...


Eu aprendi...
...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.
(Boa noite , Amor )
William Shakespeare


De olhos negros e pelos branquinhos,lábios negros,estatura mínima,sua voz é arrogante e ditadora ,seu pelo tem a leveza de uma pluma,suas  patas lhe conduz em alta velocidade a lugares da casa como se fossem estrada ou caminho.
    Ully aqui chegou,um bebezinho,com tres meses de vida,veio ao nosso aconchego e lhe demos todo carinho.
Seu olhar puro e sincero,seu latido bem baixinho,ully parecia uma criança que precisava de mimos.
Sua raça maltés,de nome que soa estrangeiro.
 Era uma manhã de inverno no mes de março,quando este pequeno
ser vivo irracional,aqui chegou para fazer parte da nossa família.

Recebeu berço,lençolzinho,pratinho pra àgua e pra comida.
Dias depois foi conhecer seu pediatra,um veterinário recem-formado que lhe tratou com muito carinho e ainda dizia:"o titio vai cuidar de você",não pense que essas palavras agradaram a ela pois um termometro colocado em seu anus lhe deixava tensa e apreensiva  de olhos bem arregalados ela nem latia.O fato novo e estranho de nada lhe dizia.
Hoje sua vida já passa dos 6anos de idade e muitos acontecimentos tem nos mostrado o carinho e dedicação que ela tem por todos da casa.
Visita não tem vez,esta casa tem dono.
A cozinha pertence a secretária domestica,os quartos cada um tem seu dono,no meu quarto ela sabe tem dois donos,ninguem penetre no quarto do outro sem que este esteja e leve algo como bolsa ou sapato
porque ela faz o fuxico sem contar os insistentes latidos para que devolva o que tirou.
Cada carro ela conhece a buzina e corre para porta de entrada,resta saber, que moramos num prédio onde tem vários carro.
Este pequeno ser autoritário,fixiqueiro e amigo,tem luxo com comida.
Certos alimentos lhe tira o apetite,se ela estiver deitada em seu leito próximo da cozinha e o menu levar carne moida,ao sentir o cheiro,ela se transporta para outro compartimento,muitas vezes minha cama e se deita  entre travesseiros como para se esconder.Seu alimento preparado e enlatado especial,quando contém ervilha,ela cata e joga fora de seu prato.

   Uma madrugada,quando todos dormiam,vim a cozinhar tomar agua e
passei mal,desmaiei,ela dormia no quarto com minha filha,acordou todos da casa para virem me ver.Esta atitude deixou todos sensibilizados com a seu jeito de agir,algo havia acontecido,uma pancada,pois desmaiei e cai no chão.Socorrida por meus familiares
minha amiga abanava o rabo com ar de preocupada.
Por este motivo eu presto esta homenagem a esse ser irracional com atitudes que muitos humanos não tem.
Obrigada lilica,como assim o chamo,eu te amo.



Valdenice.30/05/2009

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Amar


Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade


O amor é dos suspiros a fumaça;
puro, é fogo que os olhos ameaça;
revolto, um mar de lágrimas de amantes...
Que mais será?
Loucura temperada, fel ingrato, doçura refinada.
William Shakespeare

Poemas e reflexões de Oriza Martins

Amar!



Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!

Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...



Consiste a monstruosidade do amor...
Em ser infinita a vontade, e limitados
os desejos, e ato escravo do limite...
William Shakespeare



Não tem olhos solares, meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.

Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.

Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando,

Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.
William Shakespeare
"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."
Lilian Tonet




Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."






O cabloco e sua galinhaCerta vez,um caboclo lá do sertão bem nordestino, costumava vir pra cidade  fazer compras  de casa,como assim dizia.
Levava o arroz, o feijão, a farinha, a rapadura,e o milho da galinha que estava amarrada, lá no fundo do quintal.
A mistura vinha da galinha .Todo dia ela já sabia,um ovo pro meu dono,um ovo pra minha dona.
 Prozeava ele contando ,nóis mistura na farinha o ovo frito e dá pra mais 
três criancinhas.
Mas, a galinha faz isso de sabida,porque tem comida pra ela todo dia, um milinho e se não botar o ovo nois põe ela na panela e adeus o que é bom.
E nóis ,dizia o caboclo,tratamos bem  a bichinha o ovo tem muita 'sustança', uma mão lava a outra,eu boto pra dentro o que minha galinhazinha bota pra fora.Esta é a lei da natureza,
 Deus criou a natureza e fez tudo assim, um depedendo do outro o outro do outro e ninguém pode viver sozinho.


Mas faltava um companheiro para pobre galinha,como ela ia deitar,chocar os ovinhos dela par a familia aumentar.
Foi ai que deu aquele estalo, ensinamento biblico disse o pobre homem,"crescei e multiplicai",o caboclo logo foi a feira comprou um galo e trouxe pra sua galinha e avisou,hoje tem festa no terreiro ,o galo meio matreiro ficou espiando a galinha,deu-lhe umas bicadinhas,no outro dia ouviu-se o cantar ,co-ro-co-cóóó,espiei pela janela e vi o sol nascendo,que beleza!!como é bela a natureza!! o sol estar pra todos,vem de forma igual,até meu galo no cantinho do quintal viu como Deus nos ama e nos dar uma beleza,transforma a noite em dia,nos dar a agua que bebemos,a brisa que sentimos,a vida que vivemos.O caboclo é feliz!!No seu humilde cantinho dividindo com os pintinhos  que agora estão nascendo,radiante de felicidade ele contempla a natureza e com suas humildes palavras,  põe os joelhos no chão e reza a oração :PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU,SANTIFICADO É O TEU NOME,VENHA A NÓS O VOSSO REINO...!!
valdenice(07-07-2011)










"Quando faço brincadeiras com meu gato, pergunto-me se ele não se diverte mais comigo do que eu com ele." (Michel de Montaigne)
"Gatos, como os homens, são lisonjeiros." (William S. Landor)
Voce sabia que o gato é o único animal que não é sitado na Bíblia?

O Amor


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..
Fernando Pessoa
VIDA:BELEZA SEM FIM !

Faz parte da vida as surpresas,
Faz parte da vida as incertezas,
Faz parte da vida as decepções,
Faz parte da vida o sofrimento,
Faz parte da vida concientizar-se da vida...
Faz parte da vida as decisões,
Faz parte da vida usar de boas intenções,
Faz parte da vida a perseverança...
Faz parte da vida a bonança...
Faz parte da vida as discordâncias...
Faz parte da vida o respeito ao outro.
Faz parte da vida procurar melhorar-se,
Faz parte da vida doar-se,
Faz parte da vida ser autêntico,
Faz parte da vida sentir a vida do outro,
Faz parte da vida sentir o outro na sua vida,
Faz parte da vida, a vida do outro sair da tua vida...
Faz parte da vida entristecer-se...
Só não faz parte da vida sentir tua vida sem vida, quando tua vida é uma parte da VIDA que forma esta BELEZA SEM FIM!
José Guilherme

Fernando Sabino O Homem Nu


Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.


(Poemas)



Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.                

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.  

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.



Amar: Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...


O amor é quando a gente mora um no outro.
Máro Quintana



Ai de quem ama


Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida


Amar é triste
O que é que existe?
O amor


Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade


Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus
Vinícius de Moraes


Chico Villela

A dupla Chenynho & ZeBusha fez um país rico de 300 milhões de habitantes levar direto no rabo. Um cronista político de respeito diria algo como:

“Ao que tudo indica, o atual governo dos Estados Unidos da América enfrenta situações de aguda adversidade enquanto tenta entreter duas guerras que vai perdendo, no Iraque e no Afeganistão, manter 737 bases com mais de 500 mil militares e civis a serviço em 130 países e um orçamento militar de mais de US$ 1 trilhão, maior que todos os outros somados de todo o mundo, e, além disso, perde-se em inúteis tentativas de segurar uma moeda em franca queda irreversível e uma economia que, ao ser transformada de produtiva e industrial em financeira e de especulação, fez ruir as bases do país. A soma das dívidas dos EUA chega hoje a mais de US$ 50 trilhões, mais de quatro vezes seu produto interno bruto. É o fim do mais novo império da história. Em resumo, um país-falido.

Maior conjunção de condições negativas, impossível: com o barril de petróleo a 150 dólares, o país, suburbanizado e baseado nos veículos familiares e nos combustíveis fósseis, que compra mais que produz, vai parando. Acresce a isso a preponderância do agribusiness e a extinção da sábia agricultura familiar, que mantinha as mesas fartas com produtos que contribuíam para a saúde. Emprego em queda, moeda em queda, economia em queda, crédito em queda, bancos e financeiras em bancarrota, a maior taxa de crianças gordas do mundo, derrotas em guerras, etc. Em resumo: um país sem futuro.

Mas que ainda guarda um (duvidoso) trunfo: a maior, mais especializada, mais letal, mais ilegal, mais assassina e mais genocida arma de guerra da história da humanidade. País nenhum tem hoje, contrariando as leis e códigos aceitos em todo o mundo, tantas armas convencionais, nucleares, bacteriológicas, químicas, psicológicas, eletromagnéticas, de manipulação do clima e dos elementos naturais, etc. Não bastasse o horror, estabeleceu centros de tortura fixos em seu território e países afiliados, e móveis, em navios pelo mundo afora, e consagrou a tortura e a repressão às idéias e ações com uma lei draconiana que nem sequer na antiga URSS ou na Alemanha de Hitler foi tão drástica, a Patriot Act.”

A dupla Chenynho & ZéBusha (o nome do presidente real vem primeiro) fodeu o país de forma final e a democracia. Em resumo: um país-bandido.

Mas eu não sou cronista político de respeito, apenas um cidadão de respeito, e nem sequer escrevo em jornais importantes, daqueles que trazem quatro páginas com anúncio de vans e suvs de sonho ou condomínios de luxo onde se abrigam os beneficiados pela globalização, iniciativa de sucessivos governos euanos e ocidentais, e que até agora só fez concentrar a riqueza e expandir a pobreza e a fome, empobrecer a classe média, aumentar os preços da comida, aviltar ainda mais os preços de matérias-primas, e transformar o ar, a água e a terra em fontes particulares de lucros, além de uma coorte de mazelas e infelicitações.

De vez em quando é salutar dispensar as linguagens acadêmicas, diplomáticas e protocolares, e escrever como há pouco estava conversando com amigos num boteco. Estados Unidos? Tá fodido. Agora mesmo estava dizendo:

Vejam vocês a burrice implícita nas guerras. Invadiram um país, o Iraque, que já havia passado por uma guerra de oito anos com o Irã, estimulada, financiada e armada pelos gringos e ingleses, com mais de 1 milhão de mortos; depois sofrido uma invasão do pai do ZéBusha; depois padecido com doze anos de bloqueio econômico e bombardeios seletivos de gringos e ingleses sobre instalações hidráulicas, industriais, pontes, escolas, hospitais, culturas agrícolas, etc.; perdido mais de 80% da capacidade de combate; perdido mais de 500 mil crianças por falta de remédios e doenças como diarréia. Foi este país que a valente dupla Chenynho & ZéBusha invadiu em 2003 como um ato glorioso. Três meses depois, o infeliz do ZéBusha desceu de helicóptero, com uniforminho militar, num porta-aviões ancorado no Golfo Pérsico, e com graça juvenil proclamou o fim da guerra do Iraque. Os malandros espertos riram: Idiota, a guerra vai começar agora. Começou e não parou mais.

As guerras do Iraque e do Afeganistão, que começou em 2001, são descrita pelos analistas como atoleiro, pesadelo, pântano e outros termos amenos. O país é um mosaico de tribos, clãs e etnias, com costumes ancestrais, absolutamente diferentes dos costumes ocidentais, que lutaram, por exemplo, contra Alexandre, o Grande, alguns séculos antes de Cristo. Também expulsaram conquistadores ingleses e, no fim dos anos 80, russos. Mal saíram os russos, entrou a tropa da dupla Chenynho & ZéBusha.

Cara, aquelas palavras que você falou, como é mesmo? Atoleiro, pântano, pesadelo... Isso! Mas isso não é a definição do Afeganistão para as tropas invasoras? É, cara! Olha só: a concepção do Pentágono da dupla Chenynho & ZéBusha é a mesma adotada no Vietnã, guerra perdida com 50 mil mortos e 500 mil soldadinhos loiros fugindo feito criança. Foi assim: vamos manter o fogo com bombas jogadas de aviões. Apoio da população, nem pensar, já que jogavam bombas o tempo todo sobre civis, mulheres, crianças, etc. Jogavam até bombas com agente laranja, que desfolhava as florestas. Sabe pra quê? É que, sem as folhas, o Vietcong inimigo perderia o abrigo-esconderijo. Olha que loucura! Mataram mais milhares e envenenaram por séculos terras e imensas áreas hoje vedadas ao cultivo. Uma cagada, cara!

Diria um analista categorizado:

“A questão central da guerra no Afeganistão é a incompreensão das forças aliadas da Otan e do Pentágono a respeito da história e dos costumes do país. A estratégia é a mesma do Vietnã, só que com menos soldados: em situações de perigo, chama-se apoio aéreo. Os aviões, de uma altura de milhares de metros, jogam bombas. As baixas são poucas, as bombas espalham destruição, mas os resultados são preocupantes: civis mortos em quantidade, destruição de residências e equipamentos sociais, e o governo do títere Karzai não consegue dominar nem a área da capital. Trata-se de uma estratégia equivocada, que só poderá levar à retirada em breve.

Além do mais, as divisões étnicas e clânicas entre os pashto estão em suspenso: há no momento uma aliança tácita contra o inimigo invasor. Se levarmos em conta que o Talibã havia zerado a produção de heroína pela repressão ao plantio de papoula, e que hoje o Afeganistão voltou a ser o maior produtor mundial de heroína, principal produto da economia do país, então é forçoso reconhecer que as forças aliadas ganharam episodicamente em 2001, mas desde então vêm perdendo a guerra contra o terrorismo e o tráfico.”

Ô, Zé, dá mais uma gelada! Cara, veja só isto: o Taliban é formado no meio da etnia pashto, a mais numerosa do país. Já foram bombardeados cinco cortejos nupciais pashto. No último, esta semana, morreram 47 mulheres e crianças, inclusive a noiva, que ia junto com amigos e parentes de sua aldeia até a aldeia do noivo. Os pilotos, chamados a socorrer tropas que cagam de medo a cada sombra que vêem, avistam lá do alto uma aglomeração de pessoas e soltam as bombas; todo dia tem civis mortos de bando. Cada bomba dessas garante algumas dezenas de novos combatentes. A força aérea da dupla de desastrados Chenynho & ZéBusha é o maior agente de recrutamento dos adversários. Não é de lascar? E olha que é a mais sofisticada máquina de guerra da história. Sofisticada, tudo bem, mas inteligente? Sei não...

Quer ver o tamanho da besteira dos gringos? O grande inimigo do Ocidente sempre foi o Irã, desde 1979, quando os aiatolás botaram o xá amigo dos gringos pra correr. A embaixada dos EUA foi invadida e tomada em Teheran e os reféns euanos ficaram mais de ano em poder dos rebelados. Uma crise interminável. Os EUA nunca mantiveram mais nem sequer escritórios comerciais no Irã. Rompimento total.

Mas, ô Chico, peraí, faz uma pausa nessa história , veja só: esta semana os gingos mandaram um desses funcionários importantes para a conferência com os iranianos e mais russos, alemães, chineses etc. sobre a produção de urânio (para o Irã, combustível de usinas nucleares; para os aliados ocidentais, de bombas), não é um gesto de boa vontade?

É nada, cara!É só uma deixa para dizer mais à frente, perto do fim do ano: Pessoal, não foi possível o diálogo, os caras não vão parar de produzir urânio para suas bombas, e, assim, só mesmo a opção militar está em cena agora.

Mas, voltando o filme: o Saddam era sunita, inimigo do Irã, e arrebentava com os xiitas, que governam o Irã. Sem o Saddam, subiu um governo sem-vergonha, de bonecos, mas que manda, bem ou mal. Quem são? O presidente é curdo, e foi apoiado pelo Irã na sua luta contra Saddam, que matava curdos sem dó com armas químicas inglesas e gringas. O primeiro-ministro é xiita, fundou um partidinho, e se refugiou no Irã durante a tirania de Saddam. O exército foi reorganizado com base na milícia Badr, liderada por um xiita, e que foi abrigada, treinada e armada no Irã.

Quer ver um fato engraçado? Um desses pica-grossas do Departamento de Estado esteve recentemente no Iraque. Desceu em aeroporto militar, só andou de helicóptero escoltado por muitos outros com armamento pesado, e só se reuniu na Zona Verde, gueto-fortaleza dos gringos em Baghdad. O Ahmadinejad, primeiro-ministro iraniano, esteve no Iraque. Desceu no aeroporto de Baghdad, foi de carro até a sede do governo e outros lugares, abraçou o presidente amigo, o primeiro-ministro amigo, o comandante do exército amigo. Porra, cara: que raio de estratégia é essa em que você afunda as suas tropas numa merda sem fim e vai fortalecendo o inimigo? Que cagada! Que puta sabedoria!

Ô, Zé! Manda mais uma gelada e traz uma de Salinas.

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