sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Soneto do Amigo

Vinicius de Morais 

Enfim, depois de tanto erro passado
 Tantas retaliações, tanto perigo
 Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
 Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
 E como sempre singular comigo.

 Um bicho igual a mim, simples e humano
 Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

 O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
 E o espelho de minha alma multiplica...

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