quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pe. Geral. Michael Brehl fez em Aparecida esta homilia dia 06.11.11 na missa das 18 h, transmitida pela TV Aparecida.

Caros confrades, romeiros e demais devotos de Nossa Senhora Aparecida,
É uma grande satisfação para mim celebrar a Eucaristia com vocês nesta tarde, na Solenidade de Todos os Santos. Os Missionários Redentoristas de todas as partes do Brasil estão aqui reunidos hoje, junto com outros Missionários Redentoristas vindos de Roma. Junto com vocês, estamos pedindo as bênçãos e a intercessão de nossa Mãe Aparecida. Neste fim de semana, nós Redentoristas estamos rezando e conversando sobre como somos chamados por Deus hoje - chamados a levar o Evangelho a todas as pessoas, e de modo especial aos pobres e abandonados.
No Evangelho de hoje, Jesus proclama as Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha. Eu creio que com estas palavras Jesus está oferecendo um retrato de si mesmo. Muitos artistas famosos pintaram um auto-retrato – pensem, por exemplo, em Leonardo da Vinci e Rembrandt, Picasso e Van Gogh. Através desses auto-retratos, podemos perceber como esses grandes artistas enxergavam a si mesmos. Muitos desses auto-retratos são agora extremamente valiosos e apreciados pelas pessoas amantes da arte.
O auto-retrato que Jesus apresenta não está numa pintura nem num quadro, mas em palavras – palavras muito significativas que cativam a nossa imaginação.  Por meio das Bem-Aventuranças, Jesus nos convida a olhar para ele do jeito que ele é realmente. Este auto-retrato é uma bela poesia, rica de significado. Durante séculos, tem sido considerado como um tesouro pelas pessoas que amam a Jesus e se denominam cristãos. Cada uma das Bem-Aventuranças nos diz alguma coisa muito significativa a respeito do Mestre.
Jesus é aquele que é pobre em espírito. Ele amava e apreciava a vida, a amizade e as boas refeições. Mas ele não se prendeu a nenhuma dessas coisas. Sua pobreza em espírito deu-lhe a liberdade de estar perto de todas as pessoas e de apreciar a vida sem ser dominado pelo prazer.
Jesus é aquele que é manso e gentil. É notável ver um homem daquele tempo e daquela cultura tão à vontade consigo mesmo que podia ser tão gentil com os outros. Lembrem-se daquela mulher surpreendida em adultério? Jesus tratou-a com uma delicada gentileza que ainda comove os corações de muitos que ouvem essa história. Vemos essa mesma gentileza quando Jesus abraça as crianças ou acolhe os pecadores.
Jesus é aquele é aflito e que chora. Embora Filho de Deus, chorou a morte de Lázaro. Sentiu a dor da viúva de Naim que perdera seu filho único. Chora sobre Jerusalém, a Cidade Santa. Jesus conhece a dor humana da perda.
Jesus tem fome e sede daquilo que é justo. Não admira que tenha tido problemas com as autoridades!
Jesus é o construtor da paz – trouxe a paz com seu próprio sangue. Jesus é puro de coração – sincero em seu enfoque no Reino de Deus.  Jesus é perseguido, e é misericordioso.
Essas Bem-Aventuranças não são apenas um ideal que deve ser vivido pelos discípulos de Jesus – são um auto-retrato do próprio Jesus.  Elas nos mostram Jesus como ele realmente é.
Na segunda leitura de hoje, São João nos diz que quando vemos Jesus como ele realmente é, nos tornaremos semelhantes a ele. É isto que significa ser santo. Este é o dom do Pai que nos ama.
Às vezes pensamos que é muito difícil ser santo, pensamos que os santos são uma classe especial de pessoas – e não pessoas como vocês e eu. A Solenidade de hoje, dia de Todos os Santos, nos diz que isto não é verdade! Os Santos são pessoas exatamente como nós – como vocês, como eu. Os Santos vêm de qualquer tribo e nação, de todas as línguas e povos. E existem mais santos entre nós do que nós podemos contar!
Santo Afonso de Ligório estava convencido disto. Acreditava que todo cristão é chamado a ser santo – e não somente depois que morre. Esta é a nossa vocação já agora. Somos chamados a ser como Jesus. E é por isso que ele nos dá essas Bem-Aventuranças no evangelho de hoje: para nos mostrar como nos tornarmos santos.
Somos chamados a nos tornarmos pobres em espírito – não sermos vítimas do materialismo e do consumismo que vemos ao redor de nós.
Somos chamados a sermos gentis e cheios de cuidado uns para com os outros. Podemos consolar e confortar os que choram. Podemos ser construtores de paz nas pequenas situações de cada dia. Puros de coração, podemos conservar nosso olhar fixo em Jesus. Podemos lutar por aquilo que é justo e reto no mundo.
Meus irmãos Redentoristas, reunidos neste belo santuário de Nossa Senhora Aparecida, reafirmemos nosso compromisso de seguir seu Filho, assim como fez Maria. Ele está nos chamando hoje a olhá-lo como ele realmente é, e a nos tornarmos mais e mais semelhantes a ele. Se nós o olharmos como ele realmente é, então vamos reconhecê-lo no menor de seus irmãos e irmãs, no pobre e no abandonado. Vamos reconhecê-lo uns nos outros.
Meus amados irmãos e irmãs em Cristo, somos chamados hoje não apenas a honrar os Santos dos tempos passados, mas a nos tornarmos santos nós mesmos hoje em dia. Honramos hoje, não só os santos oficialmente canonizados da Igreja, mas aqueles incontáveis homens e mulheres, pessoas como nós, que seguiram a Jesus e serviram seus irmãos e irmãs. Encontramos muitos deles – em nossas famílias, entre nossos vizinhos, entre os homens e mulheres de boa vontade.
Talvez Deus esteja chamando alguns de vocês para entrar para o meio de nós tornando-se missionários Redentoristas, a fim de doar suas vidas servindo os irmãos como Jesus fez. Se você pensa que pode estar sendo chamado, reze pela sua vocação e procure conversar com um Redentorista. Este é um modo maravilhoso de seguir a Jesus, cheio de alegria e de esperança!
Jesus sabia que o caminho para a santidade é também o caminho para nossos irmãos e irmãs. Ele chama todos nós à santidade e ao serviço mútuo de uns para com os outros. No evangelho de hoje, ele nos mostra um retrato de si mesmo. E nos mostra também que ele está presente junto de todos os que são pobres, ou estão chorando, junto dos que buscam a justiça e a paz, junto dos que são perseguidos e lutam pela justiça.
Ele nos ensina o grande segredo da santidade. É amando e servindo uns aos outros que nós seguimos a Jesus mais de perto. Assim também nós somos incluídos com Nossa Mãe Aparecida e entre todos os Santos, aquela multidão imensa que ninguém podia contar. E a Solenidade de Todos os Santos torna-se festa no

2 comentários:

  1. Linda homilia.
    Para mim Jesus não é pobre em espírito e sim rico.
    Uma pessoa com Suas qualidades é rico, muito rico em espírito.
    Ele é o filho de Deus, o que veio para nos aliviar e ensinar os desígnios de Seu Pai.
    Realmente ele fez uma linda homilia, mas para mim só errou em pobre de espírito. Pode ser que eu tenha entendido errado o que le quiz dizer ou ele não se expressou como queria.

    Tenho formação católica e sou messiânica.
    Amo Deus, Nossa Senhora, Jesus e Meishu Shama.

    Amei seu blog. Gosto de poesias e acredito que cada um pode escrever o que lhe vai no íntimo.

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  2. Olá Claudine Neto,pesquisei para vc o que se deve entender por pobres de espírito
    1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)

    2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
    Espero ter-lhe sido útil,obrigada por sua amável visita,volte sempre,um grande abraço.

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